Te vejo agora à tarde
Está linda
Mas não falo...
Te aprecio
Não vendo a hora de transformar a imagem produzida
As conversas extrovertidas saídas de nosso diálogo
Um copo e outro de uma bebida servida quente
Um som breve e calmo
Uma ambientação inexpressiva
Reparo em sua boca quando fala
E passo a acreditar que é, sim, possível mover maravilhosas montanhas
De tão grande e perfeito desenho
Inspirador eu diria
Aonde me quero
Em uma luz fraca de cor mostarda e nostálgica
Sentir sua mão fria sobre a camisa encostada em meu peito quente
Minha mão embaraçando em teu cabelo controlando o passar de sua boca na minha
Mordo seus lábios para te dar uma dor suportável... prazerosa!
Corre a mão em minhas costas
Te aperto contra mim
Quero te sentir quente como o calor cuiabano em plena tarde
Sinto suas unhas e quero que sinta minha mão leve de grande peso
A camisa já não é mais um obstáculo
Sua mão escorregadia já a ultrapassou
A música parece dar o compasso, o ritmo
De tom baixo e bom
Salve nosso grande Baleiro
Teu pescoço passa a ser alvo
Minha língua queima mais com o contato de sua orelha ainda gelada
Não deixo de notar murmúrios que me atrapalham a me segurar!
O som do meu respirar fica mais notável próximo ao teu pescoço
Podes ouvir e senti-lo
Os olhos entreabertos me dão maior quentura
E se tornam mais firmes as minhas mãos
Vejo o tecido de minha camisa subir
Me arranha agora o peito e a barriga
Não fico atrás e usufruo de tua pele
Te coloco de costas para mim
Me encaixo apertando seu quadril
Nos jogo contra o beiral da porta
A parede treme
Estás indefesa
Faço de suas costas pousada para minha boca
Que escorre por toda ela sem faltar detalhes
Te viro bruscamente para te encarar
Seus braços abertos...
Agora quero fazer o mesmo olhando em seus olhos semi abertos
Nossas vestias vão se afastando de nós
Logo te sinto toda
Tua perna sensível é tomada pelos meus beijos
Mordo-as para te ouvir!
Acompanho as subidas do seu corpo
Cada elevação
Cada declive
Meus dentes correm em ti
Te causando calafrios a cada expirar gelado
A sede que me devora
Lhe faz ser um oásis
Que pelo calor do teu corpo faz-me aproveitar cada gota sua
O pouco suor desse em sua nuca
E depois da subida pelo seu corpo
Volto à tua boca que me devora com ganância e egoísmo
Estando por cima de ti sentindo tuas pernas em desespero
Te encostando toda em mim
Te deixo se afogar em pensamentos de controle e posse
Quero ver o que queres
Quero ver até onde vais
Te deixo livre e faminta
Nos mastigamos e nos entrelaçamos
Em movimentações que se apressam no decorrer de minutos
Deslizando-se em meu corpo pelo suor que se mistura
Ardendo mais ainda a pele em um prazer que emite grande gozo e satisfação
Por hora posso te-la inteira
Um expressar de confiança inexplicável
“Sacia-se” a fome por tempo
Mas não vai embora a vontade um do outro
O querer ter sempre
A sede da companhia que não cessa
O ar já utilizado que quero inspirar
O rosto de um novo amanhecer
A voz de um despertar
A janela entreaberta para o sol
O som da brisa passeando nas partes descobertas do teu corpo
Um lugar embaçado, mas claro quando o olhar se fixa
E um frio bom na espinha quando surge um toque
Um gemido acompanhado de um pequeno e lindo sorriso
Surge um Bom dia.
Com uma voz doce e provocante
E com o virar dos corpos de costas para a luz do sol
Vê-se a sombra de um braço indo fazer acontecer um abraço na parede do quarto querendo dizer
Estou sempre contigo.